terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Os bons são maioria!

~ História de Carnaval ~
Bom exemplo, essa moda pega!

Eu agora tenho uma dessas histórias para contar...

Carnaval no Rio de Janeiro, madrugada de domingo. Estava no metrô com amigos voltando da folia. Atentamos que deveríamos trocar de trem nos últimos segundos de parada. Saltamos rapidamente do vagão com a porta já apitando, tipo cena de filme. Na plataforma, no segundo passo, me dou conta de que minha bolsa não estava pendurada no meu corpo e eu segurava apenas a garrafinha de água. O trem já tinha partido.

Nó na garganta. Adrenalina nas alturas. Vontade de gritar, chorar, bater com a cabeça na parede. Culpa. Decepção. Autoestima abaixo de zero.

Eu NUNCA fui assaltada, nunca perdi documentos e celular... como pude dar um mole desses? [Não, não estava bêbada, nem alegrinha como alguns podem imaginar. Sim, sou um tanto quanto avoada e desastrada como alguns podem pensar].

Tinha dentro da bolsa: máquina fotográfica, celular, carteira profissional, cartão de débito, carteira do convênio médico, riocard, R$30 e umas moedinhas. O pensamento foi: "Perdi... era uma vez uma máquina e as fotos de um dia de folia. Tenho que cancelar o cartão do banco e o riocard, dar entrada em nova carteira do CRF e do plano de saúde. Preciso logo bloquear a conta do telefone! Ai!! O telefone! Ainda nem terminei de pagar, vou lembrar todo mês dessa história quando chegar a fatura do cartão de crédito... droga! (respira) Ok, nada de tão horroroso assim, mas, poxa, é tudo meu, MEU..."

Eu nunca aceitei essa de que "achado não é roubado". Se tem dono e você consegue (facilmente) identifica-lo, é roubo! Mas, haja visto o nº de finais tristes com esse tipo de acontecimento, me conformei com o fato de que fui roubada, só ia demorar para me perdoar por ter sido de uma maneira tão ridícula!

Isso tudo passou pela minha cabeça em milésimos de segundos. O Rapha (marido) ligou pro meu celular, mas ninguém atendeu e correu pra falar com o segurança. O Júnior (amigo) ligou em seguida e alguém atendeu. Eu só ouvia ele falar "Não desliga! Não desliga! Pô, cara, deixa na próxima estação! Por favor! Por favor!" e imaginava o alguém do outro lado da ligação dizendo "Perdeu, playboy! Perdeu!"

Ok. Perdi. Chorei de raiva.

O fato é que a ligação do Junior com esse alguém estava péssima e um não ouvia o outro direito. O que esse alguém estava falando era: "Vou deixar na última estação!" (suspiro).

Embarcamos no próximo trem. O Rapha não conseguiu muito com o segurança porque não sabíamos exatamente qual era o vagão em que esqueci a bolsa... E a essa altura, alguém já estava com ela. Sabe quando a última estação não chega nunca? Chorei de agônia. E se o alguém disse que ia deixar na última estação de pura sacanagem? Vai nos fazer ir até lá pra nada... Nada a fazer, tinha que ir pra ver.

E eu vi! Vi minha bolsa na mão do Rapha! Ele chegou primeiro e os seguranças do metrô foram super profissionais até terem certeza de que podiam deixar minha bolsa com marido. Abri e tudo, tudinho, estava lá! Até as moedinhas, rs!! Chorei de alívio.

O alguém, o meu anjo da noite, se chama Luis, Senhor Luis! Ele deixou a bolsa com os seguranças com recomendações de entregar para mim ou para o Júnior. Deixou também um número de telefone porque ele queria saber se estava tudo certinho. Chorei de felicidade. Existem pessoas boas nesse mundo, e elas cruzam o meu caminho.

Eu acredito que aquilo que fazemos, volta. Tenho certeza que o Sr Luis ainda vai ter muita coisa boa pra viver durante sua caminhada!!

Fica a certeza de os bons são maioria! Obrigada, Papai do Céu, por me mostrar isso constantemente!

Sr Luis, um exemplo! Muito obrigada!
Obrigada também à equipe de seguranças do Metrô. Vou seguir a dica e jogar na megasena!
Obrigada, Rapha, Camilla e Júnior! Vocês são especiais!

"Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim."
Caio Fernando de Abreu

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